quarta-feira, 22 de abril de 2015

Você tocou minha alma

[Você pode ler este texto ao som de: You Touch My Heart - Phil Collins]

Em meio a fumaça do cigarro, aos olhares já embaçados por causa da bebida e uma dor de cabeça que dava vontade de arrancar meus cabelos, eu percebi você.

Aquele sorriso de canto de boca, meio que já me colocando no seu jogo e me fazendo delirar. Uma caneca de chopp e seus olhos me fitando como se tentassem descobrir meu maior segredo são as coisas que mais me marcaram naquela noite.

Você me disse que gostava de música, não tinha um gênero certo e melhor para você. "Eu amo música, é a única coisa que pode salvar alguém". Você disse gostava de literatura estrangeira, física quântica e filosofia. E eu pensei "Como pode alguém ser dessa proporção de genial?"

Você me levou para a sua casa, me fez delirar com seus beijos e toques. Curou minha ressaca no dia seguinte com um café bem forte, como se já soubesse o que eu gostava de tomar de manhã. Sem que eu percebesse pegou meu celular e ligou para o seu pra salvar meu número.

Eu me arrumo para ir embora e seguir minha vida, mas você me puxa para um beijo de bom dia. E ali eu soube que a partir daquele dia, todos os meus dias começariam assim.



domingo, 19 de abril de 2015

Tudo que você precisa é se perdoar

[Você pode ler este texto ao som de: Whatever - Oasis]

Durante muitos anos, eu sempre me critiquei, me coloquei abaixo dos outros, me fazia sentir inferior às pessoas, não me achava boa o suficiente ou capaz de nada. Não via em mim alguém que pudesse brilhar, que pudesse fazer grandes feitos. Achava que tudo de ruim que acontecia ou que os problemas das outras pessoas, eram todos por minha culpa porque eu simplesmente não sabia fazer nada certo. Eu não me perdoava por errar algo que tinha planejado por muito tempo. Se eu errava, eu me punia me colocando ainda mais para baixo. Mas agora, com os 23 anos batendo à minha porta, eu aprendi algo importante: a me perdoar.

O meu perdão comigo mesma começou recentemente quando percebi (finalmente) que muitas das coisas que aconteciam de ruim, não eram minha culpa ou simplesmente não eram para acontecer. E então eu fui colocando pequenas coisas que eu não perdoava em mim antes, em processo de reconciliação comigo e com a minha paz. Não era minha culpa meu pai ter saído de casa cedo ou de alguém sair da minha vida. Não era minha culpa se a pessoa se sentia mal por uma problema que ela não poderia resolver ou porque alguém resolveu ser grosseiro comigo. Não é minha culpa se alguém não tem paz de espírito ou seja mal caráter. Várias coisas simplesmente não tem nada a ver comigo ou com você, leitor(a).

Sabe, quanto mais a gente pensa que é o culpado por tudo de ruim que acontece conosco e com os outros, mais a gente se sabota, mais minamos nossa autoestima, mais vamos descendo até o fundo do poço para fazer companhia à Samara. E com tudo isso, fazemos um mal enorme à nós mesmos, porque a cada vez que nos culpamos por algo que não tem nada a ver com a gente, mais a gente murcha por dentro e se machuca criando espinhos venenosos dentro de nós. E é cruel isso, porque, quando nos damos conta do que estamos fazendo com a gente, pior a gente se sente. Aí meu (minha) amigo (a), precisamos de uma força descomunal para subir a parede do poço e fechá-lo mais uma vez.

Por isso, se você já se colocou como culpado(a) por algo dar errado, por alguém ser um completo idiota com você, por não ter conseguido algo: se perdoe. Não fique se matando por isso, ninguém é imune de erros. Muitas vezes são eles que nos fazem crescer. E se achar que algo que nada tem a ver com você, nem 0,01% de chance de ter alguma culpa sua, não se ponha como culpado(a) jamais. Seja a paz que você quer para você, seja o perdão que gostaria de receber e seja confiante o suficiente para saber que ninguém pode te diminuir.