terça-feira, 14 de junho de 2016

O dia que troquei religião por espiritualidade

[Você pode ler este texto ao som de: Morada - Forfun]

Desde pequena eu sempre fui obrigada a ir à igreja. Frequentei colégios religiosos, fui obrigada a rezar o terço, comer hóstia e muitas outras coisas relacionadas. E por ser obrigada, eu não gostava de fazer nada disso, mas fazia para evitar intrigas com meus pais e familiares. Aos 17 anos eu deixei de ir de vez em uma igreja, após perceber que existem pessoas que vão à missa aos domingos e não praticam o ato de se espiritualizar. Não praticam o amor ao próximo, o respeito e a gratidão. Então deixei a igreja para lá e fui em busca do que eu achava correto para mim. Mas longe de mim generalizar. Conheço pessoas ótimas que frequentam igrejas católicas ou evangélicas ou terreiros de umbanda e candomblé que são exemplos de seres humanos e que praticam o bem e amor ao próximo em níveis admiráveis.

Acabei tornando Deus a minha religião e a minha doutrina de fazer o bem. Troquei a igreja por uma conexão mais direta com Deus onde eu peço perdão quando erro e agradeço por todas as bênçãos que recebo. Longe de mim achar que eu sou melhor do que qualquer pessoa, pois não sou. Tenho diversos defeitos e tento sempre melhorá-los. A única diferença é que eu escolhi alimentar meu espírito ao invés da religião que me foi imposta. E afirmo que, depois que comecei a fazer isso, eu realmente senti Deus em meu coração. 

Um dia, enquanto estava no Twitter, vi o padre Fábio de Melo dizer uma coisa incrível: "Ser religioso não é garantia de honestidade, lisura, amor ao próximo. Estes são frutos que só a espiritualidade nos proporciona. Na tentativa de alcançar a espiritualidade, muitos se limitam a praticar uma religião." Praticar a espiritualidade além da religião, é o segredo para um caminho de luz. Não digo que você deve largar sua crença de lado, o que conto aqui é a minha experiência de que eu me tornei uma pessoa melhor quando percebi que minha obrigação não era ir à missa todo domingo e sim praticar o bem. Allan Kardec já dizia "Fora da caridade não há salvação." e esta é uma certeza indubitável. 

Quando comecei a alimentar meu espírito com coisas boa, comecei a me tornar uma pessoa melhor, e assim eu consegui sentir a presença de Deus em coisas e momentos simples, como por exemplo: assistir ao por do sol no mirante da faculdade, pegar uma chuva de lavar a alma, por ter saúde, encontrar com meus melhores amigos. Passei a agradecer cada momento e olhar com amor as pessoas que vejo na rua. Troquei a mágoa por perdão e o "fingir que não estou vendo" por olhar para as necessidades do próximo.

Descobri que o caminho que eu devo seguir, esteve sempre dentro de mim e que para ser uma boa pessoa, não era necessário sentar em um banco durante uma hora e meia. Eu escrevi isso para compartilhar (com quem se interessa) que, às vezes, o que buscamos está dentro da gente e só precisamos buscar fora da caixa que nos impõem. E seguirmos assim, acreditando no que nos faz bem.


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