Seu braço repousa na cama ocupando o que, há minutos atrás, havia sido meu lado da cama. Enquanto me visto, relembro das suas palavras sussurrando no meu ouvido "Isto podia durar para sempre". Não, não podia.
Não sou do tipo que se apega a ninguém e nem pretendo ser. Enquanto abotoo a blusa te olho com certa curiosidade "Como será que ele vai se sentir ao saber que eu venci no jogo dele?". Você sempre esteve acostumado a dar os foras, não a levá-los, disseram meus amigos. Pois bem, meu amigo, pra tudo na vida há uma primeira vez.
Roubo a garrafa d'água da sua geladeira, assino o bilhete com minha falta de empatia habitual e coloco um "Me liga" mas o número esta errado. O aplicativo de criação de números do celular nunca foi tão útil. Rodo a chave e sussurro um "Adeus, até nunca mais" pro apartamento que havia me recebido.
Minha vida segue e ficar parada esperando sair alguma coisa de um lugar que nunca saiu, não faz meu tipo. E no jogo de quem sempre ganha, eu prefiro sair vencendo.
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