sábado, 22 de novembro de 2014

Deita aqui

[Você pode ler este texto ao som de: Chasing Cars - Snow Patrol]

Deita aqui do meu lado e esquece tudo. Esquece as contas para pagar, os problemas em casa e no trabalho, esquece qualquer coisa que tire sua atenção de nós dois. Deita que eu te faço um cafuné, um chocolate quente e até mesmo um sanduíche, que é para você continuar a não se preocupar com nada e curtir o sossego. 

Deita aqui e finge que não existe mundo lá fora. Finge que não tem política, economia, agropecuária e futebol para se atualizar, comentar e protestar. Deita e finge que no mundo só existe eu e você e que não é preciso mais ninguém para torná-lo perfeito.

Deita aqui e vamos ver filmes até cansar os olhos, jogar video-game até dar calos nas mãos e rir até os pulmões faltarem ar e a barriga doer. Vamos rir porque o mundo você e eu é bom demais, porque não importa as diferenças quando a companhia é boa e agradável.

Deita aqui e me beija até tirar meu fôlego, me envolve numa dessas cenas quentes que parecem mais de cinema, me deixe acabada de tanto prazer mas com vontade de mais uma dose.

Deita aqui comigo e limpa a mente, a alma, o coração. Esquece todo e qualquer sentimento ruim que ocupou seus pensamentos, jogue-os pela janela e fica aqui comigo. 

Pode ser por uma hora, um dia, uma semana. Mas deita aqui comigo. Deita e me deixa acrescentar e alegrar o seu mundo. Deita e deixa eu te mostrar que não existe companhia melhor que a minha para você.


sábado, 15 de novembro de 2014

Resquícios de você

[Você pode ler este texto ao som de Metade - Adriana Calcanhoto]

E eu ainda sinto sua presença aqui quando eu acordo. Mesmo após meses lavando a roupa de cama e trocando o colchão de lado, parece que o lado que você dormia ainda possui o seu calor e perfume. Eu olho para o seu lado da cama e me dá um aperto no peito. Por que é que você se foi mesmo? Não tinha café suficiente? Era por que eu queimava o misto quente na misteira? Eu fico tentando imaginar mais porquês além do que você me falou.

Meu chuveiro continua na temperatura ideal para você. Sabe o que é? Depois de tanto tempo, meu corpo se adaptou à sua temperatura. Às vezes, eu ainda coloco uma terceira toalha no banheiro e logo lembro que não há necessidade. Certos detalhes seus ainda não consegui afastar de mim.

Dia desses estava fazendo uma limpa nas minhas coisas e me deparei com uma foto sua. Nunca pensei que meu coração pudesse se apertar tanto. Confesso que não teria conseguido jogar a foto fora se não fosse alguém vir aqui e fazer isso por mim. Jogar fora o passado dói.

Confesso que até entendo o motivo de você ir embora, afinal a vida acontece agora e a sua tinha que acontecer do outro lado do mundo. Vejo suas fotos sorrindo e se divertindo e fico feliz, afinal foi o que te desejei quando você falou que ia embora, que fosse mais feliz que tudo. Dizem por aí que amor é isso: ficar feliz pela pessoa mesmo ela tendo escolhido ser feliz longe de você.

Chegará o dia em que eu não irei mais sentir sua presença, seu cheiro, voltarei com a temperatura normal para o meu chuveiro e os vestígios que você deixou irão desaparecer por completo. Mas tudo bem, porque por mais que tudo isso desapareça, ainda terei em meu coração um pouco do melhor sentimento que alguém poderia me proporcionar. 


terça-feira, 11 de novembro de 2014

Seriado em discussão: Gossip Girl

[Você pode ler este texto ao som de: Beautiful Girl - Sean Kingston]


"Good morning Upper East Siders". Acho que esse foi o bom dia mais irônico que ouvi em toda a minha vida. Em três meses comecei a assistir a série e esta semana acabei ela e, bem, não estou dividida em relação à série. Eu gostei MUITO de Gossip Girl. Entrar nesse mundo de ricos emocionalmente instáveis e manipuladores foi super divertido. Mas algumas coisas me incomodavam com relação a série. 

Eu achava que web revenge era uma coisa mais atual, mas pelo que pude ver, isso já acontecia há tempos. Nunca pensei que fosse achar o ditado "não acredite em tudo o que lê na internet" tão real. Só comprovou a teoria de que internet demais não faz bem para ninguém. Outra coisa que me incomodava muito era o excesso de ingenuidade dos personagens. Eu nunca pensei que fosse passar tanta raiva com as armações dos personagens principais. No início era super bacana e eu ria sem parar, mas depois de um tempo eu comecei a ficar incomodada com isso, porque eles simplesmente faziam o que estava na cabeça e não esperavam outras coisas acontecerem ou seja, passavam os carros na frente dos bois. E levavam um balde de água fria depois.

No mais, o que tornou a série ótima foram os personagens. Alguns eu acho dispensáveis, como por exemplo a Jenny. Sério, tudo o que eu mais queria era que ela saísse do seriado e nunca mais voltasse (e não é que ela me fez esse favor?). Mas sem mais delongas, vamos ao que interessa: minha visão de cada personagem. 

Serena Van Der Woodsen 


Blake Lively minha diva, musa, linda, maravilhosa. Mesmo amando a Blake e a Serena, como eu passei raiva com ela. Ela é a típica adolescente que não teve repreensão quando mais nova e acha que pode fazer o que quiser (e vai lá e faz mesmo) acho esse um ponto forte e fraco da personagem. Nunca vi uma personagem se apaixonar tão facilmente por qualquer pessoa que cative ela por segundos. Mas em compensação, ela é a que mais se importa com seus amigos, principalmente com a Blair. E a Serena olha para as pessoas como um igual, independente se tiver dinheiro ou não. Blake será sempre lembrada como nossa eterna It Girl, Serena Van Der Woodsen.

Blair Waldorf


Confesso: eu quis bater na Blair muitas vezes. Ela simplesmente não aceitava que as decisões que ela tomavam tinham efeito a longo prazo e, muitas das vezes, colocava a culpa na Serena por tudo dar errado. Tudo bem você querer ser uma mulher poderosa, mas não precisa ficar passando por cima de todos. A melhor versão da Blair, é a dela com Chuck. Como ela cresceu ao lado dele, mas nem percebeu isso. Obcecada por ascensão social e tramoias. Mas fazer o que? Quem não se divertia com a uma Blair nervosa gritando com suas assistentes e planejando alguma coisa. Blair é mais a alma do seriado do que Serena, só acho.

Chuck Bass


E eu achava no início de tudo que iria odiar para sempre o Chuck, mas não, não tem como odiar ele porque simplesmente ele é o Chuck Bass. De moleque imaturo, eternamente bêbado, drogado e viciado em prostitutas, ele se tornou um cara íntegro, apaixonado, que não mede esforços por quem ama, por seus amigos e para manter o nome do falecido pai. O que eu mais amei em Chuck, era a calma que ele tinha para conversar com as pessoas, falando em tom baixo sendo curto e grosso. Sofri junto quando ele estava destruído pela morte do pai, com seu tio tentando roubar seu hotel, com o fato de ele não conseguir dizer que amava a Blair, procurando sua mãe... Foram tantas situações que fizeram o Chuck amadurecer e se tornar paixão de muitas pessoas que amam quando ele diz "Eu sou Chuck Bass". Ícone!

Nate Archibald 


O Nate é lindo? É! É meio sonso? Também. No início da primeira temporada eu queria que o Nate morresse para sair do seriado porque não tinha paciência para ele. Todo aquele drama entre Serena e Blair, ficar amigo do Carter (e ser roubado pelo mesmo), brigar com o Chuck por causa da Blair, a vitimização com a história do pai e ainda se envolver com a Jenny (argh), foi demais pra mim. Mas depois o Nate cresceu, quis se desvencilhar das facilidades que possuía com a família e luta pelo The Spectator com unhas e dentes. Particularmente, eu não gostava dele, mas mais pro final da série eu comecei a ver suas qualidades e mudanças.

Dan Humphrey 


Sou do fã-clube do Dan assumidamente. Mesmo ele tendo ido para o lado negro da força e se juntado com a péssima da Georgina. Ele é extremamente carismático, pensa no que vai fazer e nas consequências, tem um amor incondicional pelo pai e ainda é inteligente e escritor. Quando ele começou a namorar a Serena, eu queria que eles ficassem para sempre juntos. Mas como o ponto de vista e visão dele sobre o mundo era diferente das dos nosso amigos do UES, ele ficava meio por fora e era zoado por isso. Mas Dan conquistou seu espaço e todos torceram para ele ficar com a Serena, mesmo ele tendo escrito um livro em que a heroína era a Blair. A química com ele é tão evidente no seriado que não tem como não se contagiar. Mas o melhor do Dan é no último episódio do seriado. 

Vanessa Abrams 



Não gostei da presença da Vanessa em boa parte do seriado, ela sempre queria ferrar alguém que não gostava e acabava ferrando quem gostava junto. Algumas vezes a participação dela era importante para o Dan acordar pra vida, mas ela foi contagiada pelo ciúmes, inveja e tudo que houvesse de ruim. Quando ela juntou com a Juliet para acabar com a Serena, ali pra mim ela morreu no seriado. Mas quando ela saiu e deixou o livro do Dan para a publicação, foi perdoada por todos os pecados.

Enfim, Gossip Girl é divertido, engraçado, você trama junto com os personagens, sofre com eles, quer o melhor, quer matar quem os fez mal. Me envolvi com Gossip Girl e adorei ter feito parte desse mundo. Vou sentir saudades do "Where has she been? Serena. And who am I? That's a secret I'll never tell. You know you love me. XoXo, Gossip Girl", porque essa entrada é simplesmente viciante e gruda na cabeça.

Nota para o seriado: 9,5. Não dou 10 porque algumas tramas e coisas que aconteceram foram desnecessárias.

XoXo.

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Resenha do livro "Extraordinário"

[Você pode ler este texto ao som de: Beautiful - Christina Aguilera]


Com esta frase você nem pode imaginar o que o livro irá te trazer. A história de August Pullman é um tanto quanto triste, mas são essas histórias com toque de superação que tendem a nos fazer pensar. 

Imagine que você nasceu com uma doença, a qual durante vários anos fez cirurgia atrás de cirurgia para melhorar seu aspecto e sua saúde e, por conta dessa doença, você não possa frequentar a escola e possua um rosto deformado, o qual muitas pessoas não estão acostumadas e se assustam por isso. Agora imagine você com 10 anos de idade passando por isso e enfrentando o medo de entrar na escola pela primeira vez em sua vida. É essa a história do livro.

Auggie (personagem principal) nasceu como uma doença que fez com que seu rosto ficasse deformado. Ele sabe que as pessoas olham para ele, falam sobre ele, o julgam por sua aparência, mas ele se torna mais forte que isso porque simplesmente aprendeu a ignorar. Então ele entra na escola, todos os professores, diretor e secretária o tratam bem, mas os alunos não. Todos tem medo de conversar com ele e pegar sua doença. Mas em meio à isso tudo, Auggie mostra que seu rosto não define quem ele é e mostra aos poucos para as pessoas que ele é um menino como qualquer outro: inteligente, engraçado, esforçado, brincalhão, leal e, acima de tudo, corajoso. 

O livro é uma delícia de ler. É uma leitura rápida de tanto que te deixa com vontade de ler mais. A história se desenrola em capítulos, cada capítulo é do ponto de vista de um personagem. Acho que isso que torna a história tão envolvente: saber como os outros veem Auggie, como encaram sua doença e a personalidade dele, isso torna um livro diferenciado. 

Com Auggie, você percebe que quem vê cara, não vê coração. Auggie vai mostrando ao longo do livro que é necessário largar alguns hábitos e estar disposto a enfrentar os problemas caso você queira alguma coisa, mas que tudo bem chorar de vez em quando. 

Nota para o livro: 10. Livro extremamente cativante, que te faz pensar no tamanho dos seus problemas com relação ao de outras pessoas. E mostra que toda história tem mais de dois lados.

"Grande é aquele cuja força conquista mais corações pela atração do próprio coração.”