Às vezes te sinto distante demais. Sei lá, pode parecer loucura, coisa da minha cabeça mesmo, viagem errada das minhocas que tenho na cachola, mas sinto que às vezes você é só corpo presente, alma longe.
Enquanto tomamos café em silencio vejo você olhando pela janela. Fico imaginando onde você deva estar. Amazônia? Panamá? China? Não sei, sei que é longe daqui, de mim. Suas olhadas em volta em qualquer lugar que saímos, procurando um quê ou quem que eu não consigo enxergar.
Você desata o nó da gravata como que sufocado. Assiste ao jornal com o olhar vago. E quando dorme, dorme pesado, como se desejasse não acordar mais ali. "Pássaro preso não canta, chora" e seu choro é silencioso. Você se sente aprisionado nessa rotina que é a sua vida. Sonha em um dia largar tudo e ir voar por ai.
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