quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Pássaro preso não canta

Às vezes te sinto distante demais. Sei lá, pode parecer loucura, coisa da minha cabeça mesmo, viagem errada das minhocas que tenho na cachola, mas sinto que às vezes você é só corpo presente, alma longe.

Enquanto tomamos café em silencio vejo você olhando pela janela. Fico imaginando onde você deva estar. Amazônia? Panamá? China? Não sei, sei que é longe daqui, de mim. Suas olhadas em volta em qualquer lugar que saímos, procurando um quê ou quem que eu não consigo enxergar.

Você desata o nó da gravata como que sufocado. Assiste ao jornal com o olhar vago. E quando dorme, dorme pesado, como se desejasse não acordar mais ali.  "Pássaro preso não canta, chora" e seu choro é silencioso. Você se sente aprisionado nessa rotina que é a sua vida. Sonha em um dia largar tudo e ir voar por ai.

Pode voar. Se é teu sonho, tem que realizar. Larga tudo: trabalho, família, amigo, eu. Vai ser feliz e manda fotos do teu sorriso em lugares que você sonhava no café da manhã. Chuta o balde e corre atrás do que você quer: viver viajando. Tem que ser feliz agora, o depois é muito tarde.  


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