domingo, 15 de fevereiro de 2015

O sonho de ser mãe

[Você pode ler este texto ao som de: Count on me - Bruno Mars]

Toda mulher sempre sonha com o dia que vai ser mãe. Sonha com a descoberta da notícia, com a reação do futuro papai, com o chá de bebê, as roupinhas, o cheirinho, a vida de mãe. Toda a preocupação, o compartilhar de sabedoria, o amor incondicional. Sonhos que ficam mais vivos quando recebemos a notícia de que existe uma vida crescendo dentro de nosso ventre. 

Quando minha amiga, a Luci, recebeu a notícia de que ia ser mãe, foi o momento mais feliz de nossas vidas. Ela estava tentando com o marido já havia 3 anos e eles finalmente conseguiram. Eles iam ser papais e eu madrinha. Como enfermeira, indiquei o melhor médico que eu já conhecera em todos os anos que trabalhava no hospital. 

Luci durante toda a gravidez foi radiante e responsável. Tomou todos os cuidados necessários e até uns extras para não ter problema e nem nenhuma surpresa. Eu a acompanha em tudo e quando a hora chegasse, eu também estaria na sala de parto. 

O grande dia chegou! Como estávamos felizes. Bernardo filmava tudo, incluindo as contrações e Luci ficava muito brava. Tinha tudo para ser um dia de muita alegria para nós.

Fomos para a sala de parto e nos preparamos. Já estava tudo pronto para começarmos o nascimento de Lilly, mas a expressão do médico mudou em pouco tempo. Ele avisou as enfermeira em tom baixo o que estava acontecendo. Ficamos assustados e nervosos, começamos a exigir explicações do que estava acontecendo. Foi quando o doutor colocou sua mão no braço dela e disse gentilmente:

- Você ou seu bebê sobreviverão. Não os dois. Sinto muito.

Ali, o nosso mundo desabou. Não existia mais alegria. Luci decidiu que salvaria a criança. O sonho dela havia se realizado, ela tinha sido mãe e continuaria sendo pelo céu. Tudo que ela pediu foi que eu e o Bê criássemos Lilly como ela merecia. Concordamos e nos despedimos com choro, com lágrimas, sem alegria nenhuma. 

- Não chorem. Eu estou indo neste corpo, eu voltarei em minutos.

Nunca entendemos o que aquilo quis dizer, só quando Lilly começou a falar que percebemos tudo. Ela tinha ido embora como Luci e voltou como Lilly. 


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