quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

O talismã

[Você pode ler este texto ao som de: Get Lucky - Daft Punk]

Há muitos anos atrás, um jovem alquimista criou um talismã mágico que permite quem o tem a ler mentes. Por anos e anos este foi um objeto de cobiça, porém nunca fora encontrado. Acabou por dizer-se que tudo não passava de uma lenda, um conto dos livros de criança da época. Mas o que era uma lenda na cabeça de Tiago, acabou por tornar-se realidade.

Com linhagem familiar política, Tiago se entregou jovem aos braços das eleições. Começaria como vereador e a medida que completasse os aniversários necessários, tentaria um cargo superior. Tiago tinha apenas um diferencial dos políticos de sua família: ele possuía o dom de ler a mente de cada um deles. Como? Por sorte, destino ou azar, o talismã que dizíamos ser uma lenda, caiu em suas mãos durante uma viagem à Camboja. Era esse seu truque para conquistar seus eleitores: falar exatamente aquilo que eles queriam ouvir. E foi assim que ele se elegeu.

Durante todo o seu primeiro mandato, ele não fez nada daquilo que seus eleitores queriam. Não que não tenha feito coisas boas, mas iludiu a todos com promessas que não cumpriu. Deixou o poder subir à sua cabeça, queria continuar na política pela vida boa que esta o proporcionava. Mas, eis que durante a sua campanha de reeleição, quando ia colocar o talismã para sair, ele viu que o mesmo não estava no cofre que somente ele tinha a senha. Ele o perdera. Estava acabado.

Saiu sem o talismã e não obteve nada. Seus eleitores não o reconheceram, pareciam não entender como que o dom da adivinhação havia sumido de seu vereador. Perdeu a eleição, perdeu a vida boa. O talismã que tanto o ajudara, tinha o deixado na mão. Não havia mais vida, não havia mais nada que o interessasse. Se não era pra ser político, ele não iria viver mais...


Nenhum comentário:

Postar um comentário